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quinta-feira, outubro 30, 2003

A que ponto de decadência cheguei...


Falam dos sentimentos e da necessidade e da racionalidade, do coração e do cérebro... se pensarmos bem o coração nada mais é senão uma representação metafórica da nossa faceta mais irracional, a afectiva, aquela que de algum modo, talvez, nos distinga dos outros animais, ou talvez não. É bastante curioso refletir em situações que nos mesmos estivemos que o dito "coração", irracional, irrefletido, imaturo e até inesperado entra em rota de colisão com o cérebro, a parte racional, certa, exacta da pessoa, ser humano que com ele co-existe...

Ao pegar-mos neste ponto de partida e o inserirmos no seguimento anterior temos: racionalidade (cérebro) contra sentimentos ("coração" -> cérebro), então que besta é o humano para que as suas duas partes mais profundas que provêm de uma só "identidade" lutem entre si e levem a indecisão e ansiedade...
Se isto não bastasse na nossa sociedade busca-se cada vez mais o perfeito, o ideal, tanto no corpo, que cada vez mais é visto sem pudores, como no espírito. Então visto isto como podemos gostar de alguém e sentirmo-nos atraídos por outra? ...

Assim ao controlarmos este impulso, talvez primário ou até animalesco ou até ao senti-lo deitamos todo o ideial de amor platónico para o lixo, o ideal que nos é dado por todos à nossa volta, surge então a questão: "Será o ser humano feito para viver em comunhão exclusiva com uma só pessoa?"
Acredito que sim, embora ao refletir sobre tudo isto, seja tudo estranho para mim, totalmente diferente do que pensava antes de me envolver neste mundo... Pensei em coisas que criticava ou ouvi-las ditas por outros... entrei em colisão comigo mesmo...

Cada vez mais analiso as coisas mais realisticamente, (Quem sou eu para dizer que o que vejo e sinto é realidade?), ao ve-las das "duas faces da moeda"...mas quem sabe, talvez tudo isto destrua o que havia antes... ou apenas lhe dê mais força....

...só o tempo o dirá...